Empregos no Japão – Iene cai para 142. Na Ásia, o indicador Nikkei, a referência da bolsa do Japão, despencou 12% e registrou o pior dia desde a ‘Black Monday’, em 1987. O tombo em pontos foi o maior da sua história.
As ações amanheceram desabando pelo mundo nesta segunda-feira (5), com os investidores com medo de uma recessão nos Estados Unidos. Na Ásia, o indicador Nikkei, a referência da bolsa do Japão, despencou 12% e registrou o pior dia desde a “Black Monday”, em 1987. O tombo de 4.451,28 pontos no índice, para 31.458,42 pontos, foi a maior da sua história em pontos. As vendas foram tão grande que os “circuit breakers”, quando os pregões são interrompidos para conter as oscilações muito bruscas e proteger os investidores, foram acionados nas bolsas asiáticas.
Na Europa, o índice Stoxx 600 tombava 2,5% por volta das 6h30 (horário de Brasília). Nos Estados Unidos, os indicadores futuros caíam também. O futuro do Dow Jones cedia 1,5%, o do S&P 500 se desvalorizava 2,1% e o do Nasdaq-100 perdia 3,4% nesse horário.
Os mercados estão reagindo a um relatório de emprego americano divulgado na sexta-feira (2). Dados fracos decepcionaram e estimularam o medo de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tenha cometido um erro ao manter as taxas de juros inalteradas na semana passada. A preocupação é que o Fed tenha mantido os juros altos por muito tempo, aumentando a chance de recessão na maior economia do mundo.
Por volta das 22h deste domingo, 10h da manhã de segunda no Japão, o índice Nikkei recuava 5,47%. O Topix chegou a entrar em circuit breaker, com as negociações interrompidas, bem como alguns títulos do governo do país. As ações a do Mitsubishi UFJ, maior banco japonês, caíram mais de 21%. Futuros americanos também são impactados e o iene japonês subia mais de 1,20% frente ao dólar.
Investidores, com a alta de juros no país asiático, estão recalculando suas posições — desmontando posições de carry trade, quando tomam ativos em locais com juros baixos (no caso, o Japão) para rentabilizar em outros com juros mais altos ou, até mesmo, em ativos de risco.
Os índices Topix e Nikkei 225 caíram mais de 7% nas negociações matinais em Tóquio, levando suas quedas a mais de 20% nos últimos dias. As perdas dos três dias são as piores desde o tsunami de 2011 e do desastre nuclear de Fukushima.
Sinais de fraqueza na economia dos EUA provocaram uma queda em Wall Street na sexta-feira (quando o mercado asiático já estava fechado) e uma queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro. As folhas de pagamento não agrícolas aumentaram em 114.000 — um dos resultados mais fracos desde a pandemia — e o crescimento do emprego foi revisado para baixo nos dois meses anteriores. A taxa de desemprego subiu inesperadamente pelo quarto mês consecutivo, para 4,3%, desencadeando um indicador de recessão amplamente observado.